Governo projeta crescimento do PIB, mas consumidor sente pouco alívio

Governo projeta crescimento do pib, mas consumidor sente pouco alívio

O governo federal atualizou a projeção de crescimento do PIB para 2025. De acordo com o Ministério da Fazenda, a economia brasileira deve avançar 2,5% no próximo ano, puxada principalmente pelo agronegócio e pelos investimentos em infraestrutura. A notícia anima o mercado financeiro e melhora as expectativas de investidores. No entanto, para a maioria dos brasileiros, o impacto positivo ainda parece distante da realidade do dia a dia.

Neste artigo, você vai entender por que, mesmo com o otimismo do governo e dos indicadores macroeconômicos, o consumidor médio ainda sente pouco alívio no orçamento. Vamos analisar os principais dados, entender os desafios por trás do crescimento, e mostrar como a inflação e o custo de vida seguem como obstáculos para o brasileiro comum.

O que significa o crescimento do PIB?

O Produto Interno Bruto (PIB) é o indicador que mede a soma de todas as riquezas produzidas no país. Ou seja, ele mostra se a economia está crescendo ou encolhendo. Quando o PIB sobe, isso geralmente significa mais produção, mais empregos e mais dinheiro circulando.

No entanto, nem sempre o crescimento do PIB resulta em melhora imediata na vida das pessoas. Isso acontece porque o crescimento pode estar concentrado em setores que não geram impacto direto no consumo, como commodities ou exportações, por exemplo.

Crescimento econômico Brasil 2025: o que dizem os dados?

De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central em junho, a previsão de crescimento do PIB para 2025 subiu de 2,1% para 2,5%. Essa melhora se deve, sobretudo, à expectativa de safra recorde e à recuperação gradual do setor de serviços.

Veja a seguir um resumo com os principais indicadores econômicos:

Indicador Econômico Previsão 2024 Projeção 2025 Variação
Crescimento do PIB (%) 2,2% 2,5% +0,3 pp
Inflação (IPCA) acumulada (%) 4,7% 4,1% -0,6 pp
Taxa de desemprego (%) 7,6% 7,2% -0,4 pp
Taxa Selic (%) 10,5% 9,75% -0,75 pp

Esses números, embora positivos, precisam ser analisados com cuidado. Afinal, o crescimento econômico Brasil 2025 não será uniforme para todas as camadas da população.

Por que o consumidor ainda não sente os efeitos do crescimento?

Mesmo com os bons números, muitos brasileiros continuam enfrentando dificuldades para fechar as contas no fim do mês. Mas por que isso acontece?

1. A inflação ainda é alta para itens essenciais

Embora o IPCA tenha recuado, os produtos que mais pesam no bolso – como alimentos, transporte e energia – seguem com reajustes acima da média. Por exemplo, o arroz e o feijão, que são a base da alimentação nacional, tiveram aumento acumulado de mais de 8% no último ano.

2. Renda estável, mas sem ganho real

O salário mínimo subiu, mas não acompanhou o custo de vida nas grandes cidades. Além disso, boa parte dos empregos gerados ainda é informal ou com baixa remuneração, o que limita o poder de compra da população.

3. Endividamento alto

Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), mais de 77% das famílias brasileiras estavam endividadas em abril de 2025. Ou seja, mesmo com o crescimento econômico Brasil 2025, a maioria dos lares ainda destina parte significativa da renda ao pagamento de dívidas.

Estudo de caso: Maria, autônoma e mãe solo

Para ilustrar essa realidade, veja o caso da Maria Aparecida, de 39 anos, manicure em Belo Horizonte. Mesmo com a movimentação no comércio local, ela não conseguiu reajustar seus preços por medo de perder clientes.

Com dois filhos, ela viu o custo da alimentação, gás de cozinha e transporte aumentarem, enquanto sua renda ficou praticamente estagnada. “Estão dizendo que o Brasil está crescendo, mas no meu bolso não chegou nada”, diz ela.

O relato de Maria é semelhante ao de milhões de brasileiros que vivem fora do radar das estatísticas macroeconômicas.

Passo a passo: como o consumidor pode se proteger e aproveitar o crescimento?

Embora os efeitos positivos ainda não estejam sendo sentidos por todos, existem formas práticas de se preparar e até aproveitar as oportunidades que surgem com o crescimento econômico.

1. Organize seu orçamento mensal

  • Anote todos os gastos fixos e variáveis;
  • Corte despesas supérfluas;
  • Use aplicativos de controle financeiro como Guiabolso ou Mobills.

2. Fuja do crédito fácil

  • Evite parcelamentos longos;
  • Não caia no rotativo do cartão de crédito;
  • Pesquise taxas antes de contratar qualquer serviço financeiro.

3. Invista em capacitação

  • Com a economia crescendo, setores como logística, tecnologia e serviços tendem a contratar mais;
  • Faça cursos gratuitos pelo Sebrae ou Senai.

4. Renegocie dívidas antigas

  • Programas como o Desenrola Brasil ajudam quem está negativado;
  • Priorize pagar dívidas com juros altos, como cartão e cheque especial.

Quais setores puxam o crescimento econômico Brasil 2025?

Além do agronegócio e da construção civil, outros setores devem se destacar em 2025. Veja abaixo:

Setor em alta Motivo do crescimento
Agronegócio Safras recordes e aumento das exportações
Energia eólica e solar Investimentos em infraestrutura sustentável
Tecnologia e TI Expansão do comércio digital e automação
Logística e transporte Melhoria em rodovias e crescimento do e-commerce
Turismo e serviços Aumento do consumo interno e eventos internacionais

Crescimento econômico Brasil 2025 exige cautela e estratégia

O crescimento econômico Brasil 2025 é uma boa notícia, sem dúvida. No entanto, ele ainda é insuficiente para resolver todos os problemas estruturais que afetam o bolso do brasileiro comum. A inflação segue pressionando, o crédito ainda é caro e a renda não acompanha o ritmo das despesas.

Portanto, o mais importante agora é manter o planejamento financeiro, evitar o endividamento e buscar capacitação profissional. O crescimento existe, sim, mas é preciso estar preparado para transformar essa melhora nos indicadores em benefício real na vida cotidiana.

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Com mais de 16 anos de experiência na área de comunicação, é jornalista com mestrado em Semiótica pela Unesp. Possui pós-graduação lato sensu em Marketing Digital pela USP e MBA em Administração, Finanças e Geração de Valor pela PUCRS. Especialista em estratégias digitais e análise de significados, combina visão estratégica e criatividade para produzir conteúdos que informam e engajam na área de finanças.
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