O que muda no seu bolso com o novo salário mínimo de R$ 1.502

Saiba o impacto do reajuste no poder de compra e nas contribuições do INSS e FGTS

O que muda no seu bolso com o novo salário mínimo de R$ 1.502

O salário mínimo 2025 foi oficialmente reajustado para R$ 1.502, um aumento que supera o valor anterior de R$ 1.412. A mudança segue a política de valorização do mínimo, que considera a inflação acumulada mais o crescimento do PIB. Embora esse acréscimo seja visto como positivo, a pergunta que muitos brasileiros fazem é: na prática, o que isso muda no meu bolso?

Neste artigo, vamos explicar de forma clara e direta o impacto real do novo valor no dia a dia dos trabalhadores, aposentados, empregadores e contribuintes. Além disso, você vai entender como o reajuste afeta benefícios sociais, contribuições ao INSS e depósitos do FGTS.

Salário mínimo 2025: o que diz a nova política de reajuste?

Desde 2023, o governo retomou a fórmula que corrige o salário mínimo com base na inflação do ano anterior (medida pelo INPC) mais o crescimento real do PIB de dois anos antes. Isso significa que, para 2025, o reajuste considerou:

  • Inflação de 2024: 3,85% (INPC);
  • PIB de 2023: 2,9%.

A combinação desses fatores resultou no novo valor de R$ 1.502.

Comparativo: como o salário mínimo evoluiu nos últimos anos

Ano Valor do salário mínimo Reajuste (%)
2022 R$ 1.212
2023 R$ 1.320 +8,9%
2024 R$ 1.412 +7%
2025 R$ 1.502 +6,4%

O que muda para quem trabalha com salário mínimo?

O novo salário afeta diretamente cerca de 37 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério do Trabalho. Mas o impacto vai além de quem ganha o mínimo. Veja como:

1. Aumento no rendimento mensal

Com o novo valor, o trabalhador que recebe salário mínimo terá um ganho mensal bruto de R$ 90 a mais. Embora isso pareça um alívio, os preços de itens essenciais como alimentação e transporte subiram de forma expressiva em 2024, reduzindo o efeito positivo no poder de compra.

2. Reajuste em contratos e piso de categorias

Algumas categorias profissionais têm seus pisos atrelados ao mínimo. Por isso, o aumento pode beneficiar trabalhadores do setor de serviços, agricultura e comércio informal.

3. Carga sobre o empregador

Empregadores, especialmente os de micro e pequenas empresas, terão aumento nos custos com folha de pagamento, FGTS e INSS. Isso pode, em alguns casos, reduzir a capacidade de contratação formal.

Impacto do salário mínimo 2025 nas contribuições do INSS e FGTS

1. Tabela atualizada de contribuição ao INSS

Com o novo valor, a contribuição dos trabalhadores com carteira assinada e autônomos também muda. Veja a tabela:

Faixa salarial Alíquota do INSS
Até R$ 1.412 7,5%
De R$ 1.412,01 a R$ 2.666,68 9%
De R$ 2.666,69 a R$ 4.000,03 12%
De R$ 4.000,04 a R$ 7.786,02 14%

Com o mínimo em R$ 1.502, todos os que ganham esse valor passam a contribuir na faixa de 7,5%, com desconto de aproximadamente R$ 112,65.

2. Depósito do FGTS

O FGTS é calculado com base em 8% do salário bruto. Portanto, com o novo valor:

  • R$ 1.502 x 8% = R$ 120,16 depositados por mês na conta do trabalhador.

Benefícios sociais que usam o salário mínimo como referência

Muitos programas sociais e previdenciários usam o mínimo como base para pagamentos e critérios de elegibilidade. Por isso, o reajuste afeta diretamente:

Aposentadorias e pensões do INSS

Quem recebe um salário mínimo de benefício terá o valor atualizado automaticamente para R$ 1.502.

Benefício de Prestação Continuada (BPC)

O BPC, voltado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, também segue o mínimo. Portanto, os beneficiários passam a receber R$ 1.502 mensais.

Seguro-desemprego

A primeira parcela do seguro não pode ser inferior ao salário mínimo. Assim, o valor-base também sobe para R$ 1.502.

Bolsa Família

Embora o programa tenha critérios próprios, alguns benefícios complementares são calculados com base no mínimo. O reajuste pode interferir no valor final ou na elegibilidade de alguns beneficiários.

Estudo de caso: o impacto na rotina de uma diarista

Luciana da Silva, de 42 anos, trabalha como diarista em Salvador e costuma receber o equivalente ao salário mínimo por mês. Com o novo valor, ela passou a cobrar R$ 130 por diária, mas perdeu dois clientes fixos que disseram não poder pagar o aumento.

“Mesmo com o reajuste, tudo subiu. A passagem, o café, até o sabão em pó. Parece que a gente ganha mais, mas sobra menos”, relata.

O caso de Luciana mostra um ponto crucial: reajustar o mínimo é importante, mas ele precisa vir acompanhado de políticas que combatam a inflação e melhorem o acesso a serviços essenciais.

Passo a passo: como adaptar seu orçamento ao novo salário mínimo

1. Atualize seu orçamento

  • Recalcule despesas fixas com base no novo valor recebido;
  • Ajuste metas de economia e gastos mensais.

2. Revise seus contratos

  • Verifique se sua categoria teve piso reajustado;
  • Analise se benefícios como vale-transporte ou vale-alimentação acompanharam o aumento.

3. Reavalie dívidas

  • Renegocie parcelas com base na nova renda;
  • Priorize quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito.

4. Aproveite para poupar

  • Mesmo que seja pouco, separe uma parte do aumento para emergências;
  • Use aplicativos de controle financeiro como Guiabolso ou Mobills.

Salário mínimo 2025 ajuda, mas não resolve tudo

O salário mínimo 2025 de R$ 1.502 representa um passo importante para garantir algum ganho real aos trabalhadores e aposentados. No entanto, ainda está longe de cobrir as necessidades básicas de boa parte da população, especialmente nas regiões com custo de vida elevado.

Portanto, mais do que comemorar o reajuste, é fundamental olhar para o contexto geral da economia: inflação, desemprego, carga tributária e acesso a serviços públicos. Afinal, o valor que realmente chega ao bolso do trabalhador depende de um conjunto de fatores — e não apenas de um número no contracheque.

Compartilhe este conteúdo com quem depende do salário mínimo. Informação ajuda a planejar melhor o mês — e a fazer escolhas mais conscientes.

 

Com mais de 16 anos de experiência na área de comunicação, é jornalista com mestrado em Semiótica pela Unesp. Possui pós-graduação lato sensu em Marketing Digital pela USP e MBA em Administração, Finanças e Geração de Valor pela PUCRS. Especialista em estratégias digitais e análise de significados, combina visão estratégica e criatividade para produzir conteúdos que informam e engajam na área de finanças.
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